quinta-feira, 4 de setembro de 2014

MINHA FADA


Semblante tão calmo de águas serenas na flora selvagem
Regato em que muitos a sede de afeto vem dessedentar
Olhar cintilante, qual brilho de estrelas denota esperança
Aponta em seus gestos a luz entre a noite e o dia a raiar

Pensante pessoa, se vê refletindo no dito futuro
Trabalha as palavras qual pepitas raras de muito valor
Qual bálsamo santo são os seus dizeres à alma em apuros
Qual sino estrondoso seu advertir ao querido infrator

Braços solidários que a muitos, ao peito, refez-lhe a calma
Rosto de candura, olhares atentos de mestre/ aprendiz
Recolhe lições preciosas da vida e gradua-se em anos
Pepitas de ouro em salvas de prata as palavras que diz

Seu nome ecoa no mundo inteiro em formas diversas
Num urro, guinchado, gemido, sussurro ou num fraco piar
Sorriso maroto ao ver saltitante o objeto de amores
Semblante pesado ao sentir o perigo dele se acercar

Quem nunca viveu em um reino de amores, num mundo de fadas
Onde um gemido ou um fraco sussurro suscita o querer?
Num mundo de  gozo aonde  o amor reina em absoluto,
Num reino efêmero, qual vento veloz faz o tempo a correr

Quem nunca na vida foi tão pequenino e  bem amparado
Por uma fadinha, num reino encantado, chamado de lar?
Com bastão de ferro, tornava em sapo a figura rebelde,
Com bastão de ouro, num príncipe lindo pra o recompensar

Oh voz que sublime qual carga energética levanta a coragem!
Oh beijo encantado, qual fonte os seus lábios derramam vigor!
Oh pés tão ditosos, que correm em missão de trazer alegria
E braços, que fortes, ampara a fraqueza num aperto de amor.

Não sinto o tempo que perdi nos anos, após a infância
Nem maldigo a sorte que da minha fada há de me separar
Lamento àquele que em sua vivência num mundo inseguro
Não teve a sorte de ter como esteio a rainha do lar!

Leila Castanha
09/2014

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