A união de dois corpos, cujas almas são unidas
Uma aliança firmada, um pacto, um testamento,
Cujo fim cumpre com a morte lacrando o sepultamento
É belo de ouvir falar sobre este tema altaneiro
Que fascina e faz sonhar ao jovem que é solteiro
Mas que o inverso produz em alguns, dos que casado,
Viveram a triste historia de amar sem ser amado
É triste a realidade de dezenas de casais,
Que buscando alegria, casando perderam a paz
O amor que em outros tempos foi vivido em demasia
Fracassou ao ter perdido de seu ventre a poesia
Plantaram mil esperanças seguindo os mesmos trilhos
Cujo fim findou-se em gozo, onde só colheram filhos
Pobres frutos semeados nas delicias do prazer
Cujas chamas, descuidadas, esfriou até morrer
Indiferença e rudezas semeadas, pois, qual vento
Destruiu o fogo ardente que aquecia o casamento
O casal, que em afetos mergulhava qual em águas
Afogou-se na mesmice, morrendo às margens das mágoas
O amor tão solitário veio se encher de fraquezas
Sem a paixão, afogado, foi nas águas das tristezas
Corações desaquecidos afogar-se-ão na lida
Num mar, que, misterioso, só juntos se sai com vida
No mistério da união há almas e não só corpos
Se há um e o outro esvai-se, faz-se ambos, logo, mortos
Por isso que só um sábio chega ao final de seus anos
Ao lado do mesmo amor, sem valer-se de enganos
Não é fácil alguém moldar o coração de outro ser
Sem impor-lhe posições impostas por seu querer
Mas com engenho e arte, sem a dor que ao outro ganha,
Somente um gênio alçaria uma tamanha façanha!
Por isso é justo esta data requerer esta homenagem!
Não trata de um mero evento, diga-se já de passagem,
Mas algo que requer tino, muito esmero e paciência
Numa época que despreza os anos da experiência
Onde o breve e o vulgar pelo povo é almejado
Envelhecer já é mau, quanto mais com o passado!
Os casais trocam de amores como de mercadoria
Não existe compromisso, mas somente euforia
Mas a vós, isto é louvável, pois ao tempo fê-lo mestre
Tendo colhido amores qual belo fruto silvestre
Aprendendo a paciência, o amor e o desvelo
De uma forma que poucos, nestes tempos pôde vê-lo.
Os anos foram alçados qual montanha escalada
O amor dele encurtando a distancia da amada
O machismo, tão louvado por culturas do passado
Pelo amante querido, sabiamente ignorado
A sábia escolha de ama-lo com modo brando, mas ágil
Deu a ela o poderio, embora sexo frágil
A ênfase deu-se às almas, que parceiras nesta lida
Misturadas uma a outra, formou-se uma só vida
No mar da vida, unidos, evitaram o vil confronto
Quando se entra na água não basta entrar e pronto!
Tem que se ter a destreza para a hora inesperada
Senão as águas sucumbem a alma desesperada
É bela lição, deveras, vê-los aqui lado a lado
Tanta historia percorrida, tanto tempo explorado!
Nadando no amor ardente, com grande sabedoria
Vinte e cinco anos juntos, na tristeza e na alegria!
Eis o exemplo real do passado no presente
Quanto mais os anos passam, mas ele melhora a gente
Findar tal experiência no começo da jornada
É perder a melhor parte onde a vida é sublimada!
Parabéns, pois, ao casal que dedicaram suas vidas
A escrever nova historia em páginas mal escritas
Cujo exemplo se espera que os de vida conjugal
Leila Castanha
04/2013
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