A
HISTÓRIA DA RAINHA ESTER
PERSONAGENS: 12
(Narrador, Hamã, a rainha Ester, a mulher de Hamã, 3 amigos de Hamã, 1
eunuco, 4 conselheiros).
CENÁRIO : Trono, coroa (rei e
rainha), cetro.
NARRADOR- Era uma vez um rei chamado Assuero. Certo
dia, ele fez uma grande festa e convidou muita gente importante. Ele estava
muito feliz!
(O REI ASSUERO APARECE
SENTADO NO TRONO, ADMIRANDO A FESTA E PENSANDO)
REI - Esta festa está maravilhosa! Meu palácio está repleto e os meus
convidados são gente muita importante. Vejam só: os príncipes, todos os
poderosos da Pérsia e da Média, e os principais das províncias do meu reino
vieram contemplar a minha grandeza! Esperem só até eles virem a minha rainha!
Todos vão morrer de inveja, pois Vasti é a mulher mais bonita de todo o reino.
(O REI BATE PALMA E ENTRE
UM EUNUCO, E ESTE CURAVA-SE PERANTE ELE)
REI - Traga a rainha Vasti a
minha presença. Quero que todos apreciem a sua beleza.
NARRADOR - Após ordenar ao servo que trouxesse a rainha, o rei Assuero anunciou
aos seus convidados, que a rainha Vasti estava vindo para a festa, a fim de que
todos a conhecessem. No entanto, os minutos foram passando, e nada da rainha.
O rei ficou
bastante preocupado, com aquela demora, até que de repente, o eunuco entra a
sua presença..
REI - Até que enfim! Como vocês demoraram!!! (Ele olha
em sua volta) Mas... Cadê a rainha?!
(O EUNUCO
CURVA-SE DIANTE DO REI, E SEM LEVANTAR OS OLHOS CONTA O QUE ACONTECEU)
EUNUCO
- Perdoe-me, majestade! Mas a rainha
Vasti recusa-se vir a vossa presença. Por mais que insistíssemos não conseguimos
fazê-la mudar de ideia.
(O REI MOSTRA-SE
FURIOSO, E COMO NÃO PODIA GRITAR POR CAUSA DOS CONVIDADOS, RESMUNGA PARA O
SERVO QUE TROUXE A NOTÍCIA)
REI - O quê?!
Como ela ousa desobedecer as minhas ordens?! Quem ela pensa que é para recusar
atender ao chamado do rei!
NARRADOR
- O rei Assuero começou a
andar de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Até que teve uma ideia:
Ele mandou que chamassem os conselheiros reais, a fim de lhes pedir ajuda.
(ENTRAM
OS CONSELHEIROS, E O REI, INQUIETO, PÔE-SE A FALAR SEM PARAR DE ANDAR DE UM
LADO PARA O OUTRO)
REI – Preciso da ajuda de vocês, pois não sei o
que fazer. (e falando consigo mesmo) Será que devo mandar
trazê-la a força? Ou será é melhor dizer
aos meus convidados que hoje a rainha está indisposta.?
CONSELHEIRO 1 - Acalme-se, meu senhor e
conte-nos o que aconteceu? O que está deixando vossa majestade tão aflita?
NARRADOR - O rei contou tudo para os seus conselheiros,
e então, eles chegaram a seguinte conclusão:
CONSELHEIRO 2- Isto é muito grave,
majestade! Se essa noticia se espalhar todas as mulheres do reino irão
seguir o exemplo da rainha, e passarão a desrespeitar os seus maridos.
REI - Então, o que é que devo
fazer? Vocês querem que eu conte a verdade para os meus convidados? Como eu vou
dizer aos nobres do meu reino que a rainha recusou-se a obedecer o rei?
CONSELHEIRO 3 – Nada
disso, meu senhor! Isso seria muito ruim! Na verdade, só vemos uma solução.
CONSELHEIRO 4 - O senhor deve punir a
rainha Vasti, tomando-lhe a coroa. Em seguida, mande cartas, convocando as
moças mais bonitas do reino a se apresentarem no palácio para que o rei escolha
uma nova rainha.
NARRADOR - Apesar de ter ficado
muito triste com a drástica decisão, o rei deu ouvidos aos conselhos dos sábios.
Assuero voltou ao salão de festas, e contou aos seus convidados que Vasti não
era mais rainha porque desobedecendo a sua ordem.
Em seguida o rei contou-lhes
que enviaria uma carta convocando as moças do reino para participarem do
concurso, na qual uma delas seria a candidata à rainha.
Algum tempo depois chegou
o tão esperado dia. As moças estavam ansiosas para saber a qual delas o rei
escolheria, e o rei Assuero também estava muito nervoso, pois esta seria uma
difícil decisão para ele.
O rei foi para o seu
trono, e os eunucos fizeram, uma a uma, as moças desfilarem diante dele para
que fizesse a sua escolha.
(O REI FICA SENTADO NO
TRONO, ENQUANTO AS MOÇAS DESFILAM PARA ELE. AO FIM DO DESFILE, ELE OLHA UMA EM
UMA, E QUANDO CHEGA EM ESTER PARA A EXAMINA POR ALGUNS SEGUNDOS)
REI – Qual é o seu nome?
ESTER – Ester,
majestade.
(ELE A OLHA MAIS UM POUCO E DECIDE)
REI – Já decidi: Quero esta! Prepare-a para
a cerimônia da coroação.
(UM EUNUCO A LEVA PARA UM
LADO, ENQUANTO OUTRO LEVA AS DEMAIS PARA O OUTRO LADO).
NARRADOR - Algum tempo depois que Ester se tornou
rainha, o rei deu o mais importante cargo do reino a um homem chamado Hamã.
Esse homem odiava os judeus. Embora o rei não soubesse, a rainha Ester era
judia, ou seja, ela pertencia a esse povo.
Conforme
a ordem do rei, quando Hamã passasse todas as pessoas tinham que se curvar para
ele, pois agora ele era a pessoa mais poderosa do reino, depois do próprio rei.
No entanto, um homem chamado Mardoqueu, que era o pai adotivo da rainha Ester,
não se curvava quando diante dele porque sabia que o protegido do rei odiava o
seu povo.
Então,
alguém contou isso para Hamã, até que um dia ele observou que ao passar por
Mardoqueu ele continuou sentado, e não lhe fez nenhum sinal de reverência. Hamã
passou a odiar aquele homem com todas as forças, e para se vingar dele decidiu
matar todo o seu povo.
Então
foi até o rei e contou um monte de mentiras sobre os judeus, e como Assuero confiava
muito nele permitiu que fizesse o que desejava.
Ao
descobrir o plano maléfico de Hamã, Mardoqueu mandou alguém contar a rainha.
ESTER – E agora,
o que farei para salvar o meu povo? Preciso falar com o rei, mas não posso ir a
sua presença sem ser convocada por ele. O que farei? O que farei?
(A
RAINHA ANDA DE UM LADO PARA O OUTRO, ATÉ LHE SURGIR UMA IDEIA)
ESTER – Já sei.
(Pede que peguem um papel e começa a ditar uma carta) Escreva aí.
NARRADOR - (fala enquanto a rainha dita a carta
a um servo, que a escreve).
Na
carta que a rainha Ester mandou escrever para Mardoqueu ela lhe agradece por
contá-la do terrível plano de Hamã e pede para seu pai adotivo que convoque todos
os judeu a jejuarem e orarem durante três dias em seu favor porque ela iria até
o rei. Isso era muito perigoso porque se o rei não gostasse ele poderia mandar
matá-la.
Após
os três dias Ester foi a presença do rei, que estava sentado no trono. Ela
parou no pátio, em frente do aposento onde ele estava e ficou aguardando a decisão
dele: se ele iria mandar matá-la ou se estenderia o cetro para ela.
(O REI APARECE SENTADO NO
TRONO, ESTENDE-LHE O CETRO, ELA APROXIMA-SE, TOCA NA PONTA DO CETRO)
REI - O que tens rainha Ester? O que queres?
Peça-me o que você desejar, e eu te darei, até metade do reino.
ESTER – Obrigada,
meu senhor! Mas tua serva deseja que o rei venha hoje, juntamente com Hamã, ao
banquete que vos hei de preparar, e então direi o que desejo.
NARRADOR - Hamã saiu do palácio muito feliz por
sentir-se muito honrado, pois de todos os servos do rei, a rainha só convidara
a ele. Mas quando saiu para a rua viu Mardoqueu sentado em frente a porta do
rei, e ao ver que ele não se levantou, nem se curvou para ele, ficou muito
furioso.
Ao chegar em casa desabafou-se com sua mulher, Zeres, e seus
amigos.
HAMÃ - Eu sei que deveria estar muito feliz
porque o rei tem me honrado muito. Sou rico e respeitado em todo o reino, mas
enquanto eu ver a cara daquele Mardoqueu não conseguirei ser feliz. Esse judeu
me irrita muito!
ZERES – Não precisa perder a paz por causa
dele, meu amor. Amanhã avise ao rei que vai enforcá-lo, e aproveite o banquete
oferecido pela rainha.
AMIGO 1 – Isso mesmo, Hamã! Faça uma forca bem
alta, de uns 50 côvados de altura, para que todo o povo veja aquele homem ser
enforcado, e você se vingará dele.
AMIGO 2 – E
depois, você termina sua vingança matando o resto dos judeus.
AMIGO 3 – É
verdade, amigo, se anima!
NARRADOR – Os amigos e a mulher de Hamã o
tranquilizaram com estas palavras. Naquela mesma noite o rei Assuero perdeu o
sono e não conseguiu dormir. Então, pediu seus servos para que lhe mostrassem o
livro onde havia os registros de todas as coisas importantes que aconteceram no
palácio. Ele começou a ler aquele livro e encontrou o nome de Mardoqueu.
(O REI LÊ EM VOZ ALTA, ENQUANTO OS
HOMENS QUE LHE TROUXERAM O LIVRO FICAM AGUARDANDO AO SEU LADO)
REI (lendo o livro) – Mardoqueu
salvou a vida do rei Assuero, ao denunciar os camareiros reais, Bigtã eTere,
que faziam parte da guarda da porta do rei, e conspiravam contra ele, tentando
matá-lo.
Puxa! Eu me lembro bem disso! Eu devo
a minha vida a este homem! (o rei olha para os servos e pergunta) Esse
homem foi recompensado?
SERVOS –
Não meu senhor, nada se deu ou se fez por esse homem.
REI – Preciso
dar uma boa recompensa pelo seu ato de lealdade. Pelos deuses! Eu não consigo
ter nenhuma ideia! O que poderei fazer para recompensá-lo?
(ENQUANTO PENSA O REI HOUVE PASSOS)
REI – Quem
está lá fora? Vá lá fora e quem estiver no pátio traga a minha presença.
NARRADOR – O servo do rei anuncia que é Hamã quem
estava no pátio. Ele estava indo falar com o rei que havia mandado fazer a
forca para matar Mardoqueu, e pedi-lo para que ele desse ordem para enforcá-lo.
(HAMÃ ENTRA)
HAMÃ (encurvando-se) – Majestade...
REI – Diga-me, Hamã: O que você acha que
deveria ser feito ao homem a quem o rei queira honrar?
HAMÃ (pensando) – Se o rei Assuero me fez o mais
importante príncipe do seu reino ele só pode estar querendo me honrar, afinal
ele gosta muito de mim. Vou caprichar no conselho.
HAMÃ (falando ao rei) – Bem, majestade... Não teria honra
maior para uma pessoa do que o rei ordenar que o príncipe mais importante do
reino o vestisse com as roupas do próprio rei, e o montasse sobre o cavalo do
rei, e pusesse a coroa real sobre a sua cabeça. Depois esse príncipe o levasse
em desfile, puxando o cavalo e gritando: “Assim se fará com aquele a quem o rei
deseja honrar!”.
REI – Então, como você é o príncipe mais
honrado no meu reino, pega a minha roupa, o meu cavalo e a minha coroa, e os
ponha em Mardoqueu, depois saia puxando o meu cavalo com ele montado e grite
bem alto: “Assim se fará com o homem a quem o rei deseja honrar!”
NARRADOR – Hamã mal conseguia acreditar no que
ouvia, mas como era ordem do rei, ele não era louco de desobedecer. Após cumprir tudo o que o rei ordenou sobre
Mardoqueu, Hamã voltou correndo para a sua casa, triste e de cabeça baixa, e
contou toda a sua humilhação para a sua mulher e seus amigos. Enquanto estavam
falando chegaram os mensageiros do rei para levar Hamã ao banquete com a rainha
Ester.
Durante o banquete o rei Assuero
perguntou a rainha:
REI – O que você gostaria de me pedir,
rainha Ester? Diga e o que você quiser te será concedido. Qual é o teu desejo?
Peça-me até a metade do reino, e eu te darei.
ESTER – Oh
rei, meu senhor! Se achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei,
peço-me que me conceda a minha vida, e a vida do meu povo, pois é isto somente que
peço e desejo. Porque fomos vendidos, e o meu povo, para nos destruírem, matarem,
e nos aniquilar de vez; se nos vendessem para sermos servos e servas, eu ainda
aceitaria, mesmo sabendo que perderia o rei, meu senhor.
(O REI FALA, COM AR INQUIETO)
REI – Quem é esta pessoa que pretende fazer
isso com você?
ESTER – O
inimigo que pretende fazer isso é este homem mau, Hamã.
(O REI LEVANTA-SE DA MESA, E
RETIRA-SE, FURIOSO. A RAINHA TAMBÉM SE RETIRA E HAMÃ VAI ATRÁS DELA)
NARRADOR – Quando o rei Assuero se retirou para o
jardim do palácio, Hamã também levantou-se e foi implorar a Ester que o
perdoasse. Ele entrou no quarto de Ester, e implorando o seu perdão jogou-se
sobre a cama onde ela estava. Nesse momento, o rei entra no quarto da rainha, e
ao ver Hamã sobre a cama dela, fica ainda mais furioso.
REI – O que este homem tá querendo fazer? Não
basta querer matar a rainha?
Será que ele também pretende forç-a-la
na minha frente, e na minha casa?
NARRADOR – Quando o rei disse isso cobriram o
rosto de Hamã, e um dos camareiros do rei teve uma ideia que o agradou muito.
CAMAREIRO – Permita-me, majestade! A forca
que Hamã mandou levantar para matar Mardoqueu fica perto da casa de Hamã, por
que o rei não manda enforcá-lo nela?
NARRADOR – Assim, o rei mandou enforcar Hamã, na
forca que ele mesmo mandou construir para Mardoqueu. Ester contou ao rei que
Mardoqueu era seu pai de criação, e o rei Assuero o colocou no lugar de Hamã. A
pedido da rainha Ester, apesar de o rei não poder retirar a ordem de matarem os
judeus, porque os reis não podiam voltar atrás, ele fez deu outra ordem, na
qual permitia a Mardoqueu escrever uma
carta dizendo aos judeus para se
defenderem contra qualquer povo ou província que viesse contra eles.E assim,
autorizados pelo rei os judeus lutaram em sua defesa e venceram a todos os seus
inimigos. Mas o mais importante nesta história é que Deus usou uma órfã e seu
pai de criação, ambos muito pobres, levou-os ao lugar de destaque e por meio
deles, mais uma vez, livrou o seu povo.
Não se esqueça que quando
precisarmos de qualquer coisa que nos pareça impossível conseguir, basta
confiarmos em Deus, pois aquilo que não podemos fazer ele nos ajuda a
conseguir.
Leila Castanha
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