O grande problema da humanidade, é que aprendemos a acreditar no que podemos ver, e talento não é algo que se veja nem com a ajuda de microscópio. Talento, assim como sentimento, é algo que se percebe, todavia, precisa-se de atenção para detectá-lo. Assim como há pessoas que conseguem demonstrar seus sentimentos com mais facilidade do que outros, o mesmo acontece em relação aos talentos: Há muitos escondidos!
O que seria dos jogadores de
futebol, se não houvesse aqueles que usam seus talentos para divulgá-los? Ou o
que seria da intensidade do brilho de seus dribles no campo, se não fosse a
habilidade do narrador, que mesmo sem a possibilidade dos torcedores visualizarem
o jogo, faz com que vibrem como se vissem cada pedalada e cada drible, e
sentissem a tensão dos jogadores ao perceberem a possibilidade da bola desviar-se
da rede?
O que seria do escritor sem
aquele Zé Ninguém que foi o foco de sua inspiração, pela modéstia de sua vida
pacata, tão inspiradora na formação de seu texto, o qual nele foi inspirado
para discorrer sobre a sua percepção sobre a profundidade que observou na singeleza de uma vida? Ou sem
a atenção do talento do leitor, cuja habilidade de interpretar seus textos faz
com que sua escrita ganhe vida?
O que seria do leitor, sem a
habilidade do escritor, cujas palavras tão bem tecidas, são capazes de formar
uma rede amarrada pela coesão e entrelaçada pela coerência, que o possibilita a
deleitar-se em sua obra, desfrutando do prazer do letramento?
O que seria dos astros e estrelas
sem as pacatas donas de casa e o singelo varredor de rua que lhes garantem o
brilho na telinha, pelo simples, mas importantíssimo ato de serem meramente
espectadores?
O que seria do tímido sem o
talento do extrovertido, cujo poder é capaz de, em segundos, fazê-lo sentir-se
a vontade no meio de estranhos? O que seria do extrovertido, sem a paciência do
ouvinte pacato que o deixa falar e falar?
O que seria do aluno aplicado sem
a devoção do professor, que mescla sua habilidade de transmitir seus conhecimentos
ao dom da paciência, para não desistir de seu entusiasmo diante da má vontade
dos quase noventa por cento dos pseudoalunos?
O que seria do superior sem o
subalterno e deste sem aquele, se a vida é feita de reciprocidade, onde sempre
será necessário o talento de quem nasceu para mandar (e não pense que não é
talento), e a obediência daquele que se sente feliz em servir?
O que seria do egocêntrico Eu se
não fosse o talentoso Tu à fazê-lo sentir-se a última bolacha do pacote? Afinal, ninguém pode ser alguém sem o
consentimento do outro. Você consegue imaginar jogadores, cantores e atores famosos sem a presença invisível
de seus fãs? É óbvio que não, pois estes são as sombras que fazem a figura daqueles
criarem forma na mídia.
O que seria de mim se não
houvesse pessoas como você, cuja autenticidade, de sujeito inquiridor, ao buscar
respostas ou apenas pelo simples prazer da leitura, aventura-se a ler os meus
textos, tornando meu tempo gratificante
ao escrevê-los?
São pessoas como você, independente de suas
profissões, grau de escolaridade, religião ou classe social, que fazem pessoas
como eu perceber que vale a pena fazer parte de um círculo onde há pessoas
talentosas, que sabem identificar e valorizar o talento alheio.
O que seria de mim sem a mescla
de visão de mundo de cada um, cuja leitura traz significados diversos aos meus textos?
O que seria de nós, um sem o outro, se ao
cumprir o meu dever ao dar o ponto de partida dando forma à imaginação dos
leitores através do poder das letras, faltasse a sua mente condutora,
interpretando meus textos por sua via particular , dando a cada um deles novos sentidos, onde eu sozinha jamais poderia
vislumbra-los?
Obrigada, caro amigo leitor, por partilhar comigo seu mundo intelectual,
social, religioso, sentimental e político ao ampliar cada linha escrita pela
sua experiência de vida, trazendo novos horizontes aos meus escritos, por meio
de seu talento único de leitor e intérprete de meus textos.
Leila Castanha
13/05/2013
Leila Castanha
13/05/2013
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