quinta-feira, 16 de maio de 2013

O VALOR DO TALENTO


 

O grande problema da humanidade, é que aprendemos a acreditar no que podemos ver, e talento não é algo que se veja nem com a ajuda de microscópio. Talento, assim como sentimento, é algo que se percebe, todavia, precisa-se de atenção para detectá-lo. Assim como há pessoas que conseguem demonstrar seus sentimentos com mais facilidade do que outros, o mesmo acontece em relação aos talentos: Há muitos escondidos!

O que seria dos jogadores de futebol, se não houvesse aqueles que usam seus talentos para divulgá-los? Ou o que seria da intensidade do brilho de seus dribles no campo, se não fosse a habilidade do narrador, que mesmo sem a possibilidade dos torcedores visualizarem o jogo, faz com que vibrem como se vissem cada pedalada e cada drible, e sentissem a tensão dos jogadores ao perceberem a possibilidade da bola desviar-se da rede?

O que seria do escritor sem aquele Zé Ninguém que foi o foco de sua inspiração, pela modéstia de sua vida pacata, tão inspiradora na formação de seu texto, o qual nele foi inspirado para discorrer sobre a sua percepção sobre a profundidade  que observou na singeleza de uma vida? Ou sem a atenção do talento do leitor, cuja habilidade de interpretar seus textos faz com que sua escrita ganhe vida?

O que seria do leitor, sem a habilidade do escritor, cujas palavras tão bem tecidas, são capazes de formar uma rede amarrada pela coesão e entrelaçada pela coerência, que o possibilita a deleitar-se em sua obra, desfrutando do prazer do letramento?

O que seria dos astros e estrelas sem as pacatas donas de casa e o singelo varredor de rua que lhes garantem o brilho na telinha, pelo simples, mas importantíssimo ato de serem meramente espectadores?

O que seria do tímido sem o talento do extrovertido, cujo poder é capaz de, em segundos, fazê-lo sentir-se a vontade no meio de estranhos? O que seria do extrovertido, sem a paciência do ouvinte pacato que o deixa falar e falar?

O que seria do aluno aplicado sem a devoção do professor, que mescla sua habilidade de transmitir seus conhecimentos ao dom da paciência, para não desistir de seu entusiasmo diante da má vontade dos quase noventa por cento dos pseudoalunos?

O que seria do superior sem o subalterno e deste sem aquele, se a vida é feita de reciprocidade, onde sempre será necessário o talento de quem nasceu para mandar (e não pense que não é talento), e a obediência daquele que se sente feliz em servir?

O que seria do egocêntrico Eu se não fosse o talentoso Tu à fazê-lo sentir-se a última bolacha do pacote?  Afinal, ninguém pode ser alguém sem o consentimento do outro. Você consegue imaginar jogadores,  cantores e atores famosos sem a presença invisível de seus fãs? É óbvio que não, pois estes são as sombras que fazem a figura daqueles criarem forma na mídia.

O que seria de mim se não houvesse pessoas como você, cuja autenticidade, de sujeito inquiridor, ao buscar respostas ou apenas pelo simples prazer da leitura, aventura-se a ler os meus textos,  tornando meu tempo gratificante ao escrevê-los?

 São pessoas como você, independente de suas profissões, grau de escolaridade, religião ou classe social, que fazem pessoas como eu perceber que vale a pena fazer parte de um círculo onde há pessoas talentosas, que sabem identificar e valorizar o talento alheio.

O que seria de mim sem a mescla de visão de mundo de cada um, cuja leitura  traz significados diversos aos meus textos?

 O que seria de nós, um sem o outro, se ao cumprir o meu dever ao dar o ponto de partida dando forma à imaginação dos leitores através do poder das letras, faltasse a sua mente condutora, interpretando meus textos por sua via particular , dando a cada um deles  novos sentidos, onde eu sozinha jamais poderia vislumbra-los?

Obrigada, caro amigo leitor,  por partilhar comigo seu mundo intelectual, social, religioso, sentimental e político ao ampliar cada linha escrita pela sua experiência de vida, trazendo novos horizontes aos meus escritos, por meio de seu talento único de leitor e intérprete de meus textos.

Leila Castanha
13/05/2013

 

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