As palavras que compõem
nossa Língua e põem com ela ideias mil em nossa mente (Nossa! E como mentem!).
São farristas e simplesmente, trapaceiam nossa mente ignorante que, desavisada,
usa nossa própria língua para reproduzir os caprichos do que dizem ser nossa
Língua, que imponente e misteriosa, ri-se de nosso desconhecimento, mas através
de nós mesmos enlaçam nosso pescoço com nós que nos sufocam, pelo simples
prazer de alguns aliados seus, divertirem-se a nossas custas.
A Língua subjuga nossa
língua exigindo-lhe que a reproduza com autenticidade. A verdade é que não há
nada de autêntico em reproduzir. Como é possível reproduzir algo de novo, se o
novo só é novo se o que há não havia?
Reproduzir, cujo
inicio para muitos soa ré, sendo, portanto, “ré-produzir”, que
no sotaque dá a entender “produzir para trás”. Pena que não haja tal escrita em
nossa Língua, apesar de a língua de muitos a pronunciarem tão autenticamente
quanto seria possível para se adjetivar
o estado da Língua Portuguesa, que pretende, sob a tutela de seus
representantes, brecar seu crescimento fazendo o povo andar de ré.
Nossa Língua só será uma língua
fluente se for livre, se lhe derem liberdade de criar. Se o homem, ser cultural
e político, não cria, ainda que dantes cria em seu potencial, ele passará a
descrer.Descrer da própria condição
de homem, que, pensante, necessita saber do que é capaz.
Embora, bem dissesse
Aristóteles, que muito bem fez à humanidade ao deixar bem claro que saber é o
saber que nada se sabe, não se pode acreditar que alguns há a creditar a Língua
aos poucos eruditos, se é na língua das multidões que a Língua se faz e se
expande.
O povo da plebe que de
nada sabe, sabiamente nada no saber popular. Se povo é, o popular é o
sábio e não os poucos que autenticaram pela gramática o que é correto na
Língua. O povo sabe, porém, que reto é aquilo que se partilha, formal ou
informalmente, ser reto numa sociedade democrática é ser co-reto. Sei que não
há esta palavra dicionarizada, mas continua sendo a verdade, pois reto é aquilo
que é justo e cuja retidão é compreendida pelo povo e não apenas por alguns.
A concepção de formal e
informal ás vezes é exatamente isso: Mal!
Ambas são conjecturas vãs,
visto que a verdade está clara na mente popular que quer que a gramática arrogante vá
comer grama juntamente com os que
pressupõem saber os domínios da Língua, como se dela fossem donos. O perigo do pré no supor é que quem
previamente supõe dificilmente se dá ao trabalho de ouvir os que usaram a
reflexão.
Reflexão é talvez, a
flexão da mente, repetida várias vezes, com a finalidade de quebrar a
arrogância do pressupor-se que se sabe tudo. Ela é capaz de tornar a
prepotência flexível, ao segredá-la que ela é antes, isto é, pré, mas que, após
já há os que, como Bagno, dá um banho de conhecimento linguístico, mostrando
aos que acham que a Língua convencionada é forte por si só, que forte mesmo é o
povo que com verdadeira autenticidade legitima a Língua.
Assim sendo, os
representantes da Língua precisam entender que, embora haja bem em normatizá-la
na escrita, a oralidade é produção da língua de cada um, e dessa forma a primeira
deve subjugar-se a segunda, porque assim como a língua sem a boca não tem valor
algum, a Língua só é Língua se estiver na boca do povo.
Leila Castanha
04/2013
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