O tempo urge, já diziam os antigos
Quando na vida ainda eu era um botão
Tão reticente me soava esta frase
E eu não via um sentido ou razão
Mas hoje longe de meus anos mais dourados
E meus cabelos já as cãs prenunciando
A vida urge, digo aos filhos, por clemência
E leio os olhos deles me ignorando
Porém um dia ao olharem no espelho
Seus anos hão de ver passar tal qual o vento
Como caminhos desenhados pela face
Virão as rugas sem licença ou argumento
A fantasia dos humanos é a vida
Cuja firmeza é qual areia em nossa mão
Que vindo o vento dia a dia lhe espalha
Até por fim de volta pô-la sobre o chão.
Esqueça a bela aparência de teu rosto
E não te espelhe em teu vigor e fanfarrice
Olha o passado de teus velhos, antes jovens
E nele veja o teu futuro na velhice
O tempo urge, caro amigo, acredite!
Lembre que o ontem já foi hoje para ti
Repense a vida e seus frutos pro futuro
O tempo passa e o amanhã não tarda a vir.
Leila Castanha
23/03/2013
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