quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

RELÍQUIAS DO PENSAMENTO


Tempos de outrora que a memória torna vivos
Pelas lembranças que ao presente fá-los vir
Anos tão belos que me traz reminiscências
Daqueles dias que não hão de repetir

Um quadro simples pulsa forte em minha mente
Tal qual casinha de feitio rudimentar
Mas dentro dela sinto forte a amizade
Humilde gente, mas perita em se doar

Nesse lugar tão pobre tive experiências
Que a mais rica academia não desvela
Vi o amor de Deus em forma de pessoas
Gente tão nobre, joias raras na favela

Vi luzes vivas que Deus pôs naquele antro
Cuja carência de suportes é tão séria
Porém foi neste lugarzinho esquecido
Que apreendi valor maior que o da matéria

Pois vislumbrei o viver simples, mas fecundo
Duma vivência de união e aprendizado
Foi lá que um dia eu escrevi a minha história
De um dos tempos, que pra mim, os mais dourados

Com faixas várias percorremos ruazinhas
Idealistas fomos pela causa santa
Todos munidos com a Bíblia, qual bandeira
Pregamos Cristo, com a fé e a garganta

E na escola, de valor inestimável
Onde lições tão preciosas aprendemos
Nessas manhãs de meditar, todo domingo,
Foram detalhes que jamais nos esquecemos

Não sei se hoje este povo é como outrora
Porque a vida faz mudanças no presente
Mas não deixemos esta história no passado
E procuremos nosso eu de antigamente.

Leila Castanha

02/2015

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