Até quando, Senhor o olhar vazio
De meu profundo meditar atordoado
Há de fazer minha’lma triste e vencida
Pelo velho coração desalentado
Até quando, Senhor, verei o mundo
Com os olhos de poeta exilado
As mãos em gestos vigorosos protestando
No meio de um povo conformado
Até quando, Senhor, serei sozinho
Embora de tantos seja rodeado
Chorando a escravidão do oprimido
E este se achando libertado
Até quando, Senhor, verei a vida
Com lentes de extrema claridade
Para ver a gente pobre sucumbida
Acreditando viver em igualdade
Até quando sofrerei o pensamento
De trazer luz ao fim do túnel da arrogância
Se as mentes já perderam a clareza
Vendadas pelas mãos da ignorância
Até quando me darás o entendimento
E porque me manterás tão acordado
Se vivo em meio a gente adormecida
Com o seu trajeto e fim determinados
Até quando me darás a luz intensa
Da Palavra que orienta o proceder
Para vê-los engolidos na imprudência
preterindo a alegria por prazer.
Por que me acordar se todos dormem
Vencidos pelo sono da indolência
Por que falar a mentes xerocadas
Guiadas pelas rédeas da demência
Até quando, Senhor, o homem existe
Sem entender de fato a existência
Desperta a humanidade enquanto é tempo
Recuperando ao homem sua essência!
Ou Deixe-me dormir envolto ao ócio
Deitar-me ao aconchego do descaso
Ser eu sem importar-me com o outro
Deixando-os caminhar rumo ao ocaso
Leila Castanha
01/2013
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