domingo, 3 de fevereiro de 2013

O AMOR NÃO SE APAGA, SE RENOVA



Há dois momentos na vida do ser humano que são quase indescritíveis. O primeiro é quando ele se encontra atingido pelo amor, geralmente por alguém que jamais pensou que amaria: um desconhecido ou mesmo alguém a quem já dantes conhecia. E o segundo, é quando aquela pessoa a quem você dedicara todo o seu amor, profere dos mesmos lábios que você beijara um gélido e indiferente “Adeus”.
Quão humilhante te parece hoje ao olhar para o passado e lembrar-se dos “micos” que você pagou por alguém que não valeu a pena. Lembrar-se daquela mão que você recusava-se a soltar, cujos dedos eram mantidos entrelaçados aos seus, numa tentativa tola de deter a separação que sempre se pronunciava ao fim de cada encontro. Ao relembrar-se das lágrimas sofridas a cada ameaça de rompimento, causada por uma imprudência sua ou até mesmo pela impossibilidade do outro admitir as próprias culpas. Mas, independente de quem tivesse com a razão, o fato é que você chorava e humilhava-se movido pelo terror do rompimento! É difícil recordar sem um misto de sentimentos de prazer e raiva, das juras de amor interrompidas pela avidez de um beijo que você sentira-se impelido a despachar, sem pedir licença ou concessão, cego pelo calor das palavras ensaiadas pelo ser amado e tão ingenuamente cultivadas por sua falta de experiência.
Quantas vezes enfeitiçado pelo amor você agiu com sentimento quase que de insanidade! Fez coisas que hoje se envergonha, porque a razão te grita todos os dias, que tudo o que você fez não teve sentido algum para aquela pessoa por quem você passou noites em claro e dias sonhando acordado!
Que raiva você sente, nas vezes em que pensa naquela cara de tonto que você fazia, com um sorriso bobo colado nos lábios, sentindo uma alegria tão igualmente boba que nem seu próprio coração compreendia o motivo. E aquele caderno cujas páginas foram ocupadas com frases do tipo: Eu te amo! Eu te quero! Amo você! I Love You!? E o que pensar quando você se depara com a lembrança daqueles pedaços de papel que lhe caiam às mãos, os quais você desperdiçava horas a fio rabiscando assinaturas daquele mesmo nome dezenas de vezes.  Isso sem falar nas mãos, e, caso fizesse parte dos mais ousados, nem as paredes ou os móveis lhes escapavam. E as cartas de amor, como eram ridículas! Recheadas de juras de amor eterno, e versos sem nexo, que colocavam o outro num trono sublime e o fazia sentir-se o centro do Universo. E o pior é que era exatamente assim que você o via!  Mas, não se preocupe: Como previa o poeta Fernando Pessoa, pelas vias de seu heterônimo Álvaro Campos, “Todas as cartas de amor são ridículas, e não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.” Espero que com isso tenha te trazido ao menos um pouco de alívio. Afinal, você estava apaixonado!
A questão crucial é: Você amava ardentemente aquele ser ingrato, mas ainda assim ele te abandonou, e agora você fica chorando pelos cantos e... Pensando nele!
-Meu Deus - você pergunta inconformado - Por quê?
O fato é simples: Quando amamos alguém fazemos tantas coisas ridículas, que mesmo ao nos desligarmos da pessoa ou, principalmente quando esta se desliga de nós, mesmo sabendo que não nos merecia, nossos sentimentos não conseguem libertar-se de sua presença.
A verdade é que sua mente  pode até te enganar dizendo-lhe que logo aquele sujeito será deletado dela, mas, ao coração ninguém engana: Quem ama jamais esquece! Por isso se você não puder sentir seu amor lado a lado, seu coração o trará de volta em forma de saudade!
Só tem uma saída: Toca a bola para frente e encontre uma pessoa legal que mereça o seu amor e que você possa amá-lo com a mesma intensidade. Seu coração precisa amar alguém, portanto, se quiser que ele esqueça o passado, reescreva uma nova história.
 Boa Sorte!


Leila Castanha

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