Olhos folgazes procurando novidade
Jamais se cansam no fulgor de sua idade
Se um besouro, pedra, planta ou
capoeira
Tudo pra ela se transforma em
brincadeira
Na meninice a vida é vista com beleza
Basta um passeio e se dispersa a
tristeza
Tudo é motivo de sorriso e alegria
E o real sempre se muda em fantasia
Com a labuta dos adultos vai brincar
E a menina, a boneca vai mimar
Zomba da vida laboriosa em seu afã
Ignorando as verdades do amanhã
É um prazer inenarrável ser criança!
A fase mais esplendorosa da esperança!
A dura lida em seus olhos
esplende graça
Canta ingênuo, surdo ao grito da
desgraça
Se triste chora o ferimento a lhe doer
Um simples doce faz curar todo o sofrer
Uma história com carinho ao ser contada
Faz o desgosto de um dia virar nada
Mas o que é bom logo se acaba,
já foi dito
E a idade finda o tempo mais bendito
O olhar claro da criança tão faceira
Com certeza, o amanhã trará
cegueira
Assim, os olhos que enxergavam só
beleza
Serão luzeiros a ofuscar toda a clareza
Pois se mais perto do luzir da luz está
Bem mais difícil ficará para
enxergar
A luz penumbra da infância é uma
benção!
Porque menor lhe sendo a vista, menos
pensa
Mas o adulto tão exposto à luz da
vida
Olhos cansados, embaçados
são da lida
O duro peso do dever lhe tira a graça
E a alegria vai-se quando a infância
passa
Pois os olhinhos acostumados a brincar
Treinados são agora para o labutar
E a boneca, bola, e outras diversões
Trocadas foram pelas mil preocupações
A vida dantes vigiada pelos pais
São tempos idos que não voltam nunca
mais
Assim, o brilho do olhar de puros seres
Torna-se guia que os leva aos afazeres
No olhar adulto a luz lhes mostra a
ignorância
De ter um dia se apoiado na
esperança
02/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário